O tempo passa mas as memorias permanecem!

O tempo passa mas as memorias permanecem!
Porque hoje é 24 de Setembro.

Tanto por lembrar, e já me falta espaço.
Hoje e especialmente hoje acordei com imensas saudades de ti. Talvez seja porque hoje não é um dia normal, hoje é diferente de ontem e de todos outros 374 dias do ano, hoje os minutos, os segundos e as horas são todos teus. Ao te conhecer, quando te vi pela primeira vez, não fiz a menor ideia sobre sua pessoa, apenas fiquei impressionado pela tua elegância e graciosidade. Com tempo percebi que a tua beleza é fatal para quem se perde nos teus encantos, basta um olhar para que se torne num amor de perdição. Mas de um amor assim quem se quer livrar? Gostaria de poder estar mais contigo, mas o destino não permite mais que fugazes visitas de tempos em tempos que eu aceito de bom agrado. Dizem que sou um sonhador, porque tenho uma inabalável fé em ti, “és um louco Malam” dizem porque a Guiné “é uma traidora de sonhos e de esperanças” mas eu viverei para o dia de amanha, voltarei para mim mesmo e direi que tudo que fiz, faço e farei,foi… por amor… Sim fiz por amor. Que bom que nem todo mundo é igual. Porque eu prefiro viver na ilusão que os filhos da Guiné vão voltar a ter o brilho da felicidade em seus olhos, prefiro viver na ilusão que as chuvas irão “lavar” as nossas almas, prefiro viver na ilusão, que as nossas mães e avós voltaram a cantar de felicidade, prefiro viver na ilusão que um dia voltaremos a ser Guineenses e não balantas, fulas, biafadas… prefiro viver na ilusão que o Império voltará a encher-se de crianças e não os cemitérios, prefiro viver na ilusão que um dia o orgulho nacional voltara a ser tão grande como a palavra GUINÉ-BISSAU. Um país é mais país quando os seus cidadãos se sentem seguros, protegidos, apoiados, e incentivados a sonhar e a participar no desenvolvimento do país. Hoje por ser 24 de Setembro presto a minha homenagen a um povo bravo, e com capacidade quase sobrenatural para aguentar as várias intempéries que se tem abatido sobre esta nação quer no passado quer presentemente. Hoje agradeço aos que tombaram na luta de libertação, aos que foram esquecidos, peço-lhes que tenham paciência, porque há 33 anos saímos vitoriosos de uma luta desigual. Poderemos estar no abismo, mas jamais soltaremos as mãos. Mãos unidas por um forte laço chamado AMIZADE, e nós somos fiéis a amizade porque somos Guineenses.

“Aqueles que têm a coragem aguentam as agruras do tempo, as folhas caem, mas a árvore continua de pé”