quarta-feira, 29 de julho de 2009

Os sonhos que “morrem à nascença”



Nasci em África, meus ancestrais são africanos, e os meus sonhos são de uma África onde a PAZ, a JUSTIÇA, e a FRATERNIDADE sejam uma CONSTANTE. A infância é a fase mais importante na vida de um ser humano, é na infância que as linhas do nosso destino se cozem. Tanto os sonhos como os desejos e as vontades dos jovens africanos são numerosos e variados. No entanto nem todos eles chegam a levantar voo, os nossos sonhos, hoje, morrem à nascença matamo-los sem que tenham tempo de criar um escudo que os protejam. Porque então eles não saem do chão... e morrem à nascença? E porque que os jovens dos outros continentes conseguem realizar seus sonhos? A resposta esta na qualidade ou realismo dos sonhos de cada um, mas em ultima instancia o que vai determinar a concretização ou não desses sonhos é base sólida ou não dos seus respectivos países. Quer isso dizer que os jovens africanos não capacitados para sonharem? Longe disso, nós temos e somos capazes de sonhar tão ou mais que os jovens ocidentais, nórdicos ou asiáticos. É claro que se pode argumentar ou mais provável discordar do meu raciocínio, “Malam isso não é necessariamente verdade, primeiramente porque se trata de um assunto complexo, segundo porque muitos jovens africanos concretizarão os seus sonhos”. Correcto, mas eu pergunto o seguinte, que sonhos eram esses? Serem jogadores de futebol ou atletas? É lógico que cada tem e deve perseguir seus sonhos, mas será que isso representa apenas e só ser campeão num clube de maior expressão na Europa ou ganhar medalhas nos meetings e nos campeonatos de mundo de atletismo? Quando falo em sonho, falo em outros sonhos, sem com isso menosprezar o factor desporto e sua importância, até porque sou um “amante” incondicional e um fervoroso crente, no que diz respeito da importância da pratica tanto escolar como individual para um país. No entanto, tento ser pratico quando afirmo que se tornar economista, engenheiro, advogado, piloto ou jornalista, e por ai fora é mais real. Quando argumento que os jovens ocidentais, asiáticos e americanos, dispõem de mais condições para realizar seus sonhos, não estou com isso a nos menosprezar, mas é incontestável assimetria entre as condições do que dispomos comparada a deles, as infra-estruturas, e as estruturas sociais e escolares, bem como as políticas de educação são gigantescas, pese embora alguns países do continente africanos, já orquestram políticas para diminuir o fosso existente. É neste contexto que afirmo que muito dos nossos sonhos já nascem condenados, para o nosso infortúnio. Para que esses sonhos não perecem a nascença é imperial que os nossos governos nós dotem com condições, tais como “academias que devem ensinar e formar sobre África, onde as literaturas possam falar sobre África, onde a mídia divulga a cultura e o modus vivendi africano. O sonho africano continua o mesmo. O de ver líderes comprometidos, líderes libertos da ganância e ambição, líderes capazes de transmitir a confiança e o espírito de trabalho e produtividade nos africanos. África continua a sonhar com gente que quer viver livre, em paz e justiça social. Não podemos permitir que os sonhos de transformarmos o mundo sejam substituídos pelo egoísmo e espírito de competição selvagem. Não deveremos consentir que nossas crianças se tornem amanha em homens poderosos, que oprimem os que choram ao invés de fazer um mundo melhor como haviam sonhado e prometido. Temos que acreditar que o futuro será brilhante se cada um de nós retomarmos nosso sonho de criança.”

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa

3 comentários:

Tainá Veiga disse...

Caro Malam, concordo com você quando fala dos Jovens africanos e de seus sonhos, e sei que compreendes que perto de ti sou leiga em tal assunto,no entanto, comparo os sonhos destes ,com os jovens de meu país, mas isso é algo que não vem ao caso neste momento.Faço minhas suas quando afirma que " Para que esses sonhos não perecem a nascença é imperial que os nossos governos nós dotem com condições, tais como ‘academias que devem ensinar e formar sobre África...", afirmando que o Continente Mãe é demasiado “deixado de lado”, e que carece de mais” ênfase educacional “, e que mais sobre a África deveria ser ensinado, e também buscado, em todos os lugares,acrescento .
O sonho Africano continua sendo o mesmo, e creio que se dependesse de pensamentos de jovens como você, os homens do amanhã se empenhariam para que já não houvesse a possibilidade do choro, mas que buscassem logo o sonhado mundo prometido.
Beijos

Anónimo disse...

Amigo...gostei dessas palavras,eu tambem sonho todos os dias, sonhos com um mundo melhor e cheio de alegrias,amor,felecidade,paz e tudo bom para nos,mas enquanto formos pecadores o mundo continuará assim, mas ainda podemos mudar um dia, acho que foi o que fizeste ou começaste fazer.
um grande abraço e sonha,mas sonha com muito amor,carinho que tudo dara certo.

Unknown disse...

Olá!
Suas palavras são pertinentes e se enquadram na realidade brasileira. Como futura educadora, acrescento ainda, que se torna cada vez mais necessário ensinar as crianças a coloram seus anseios em prática... Um caminho? O exemplo!

Um grd abraço!