A verdade da mentira





Varias vezes já perguntaram “Malam acreditas em tudo que ouves e lês”? A minha resposta é quase sempre a mesma, ”Cada cabeça sua sentença” vejam o meu caso, por exemplo, não sou muito crente no “todo poderoso”. Desde já o meu mais sincero pedido de desculpas a todos os crentes, alias, eu tenho uma inveja saudável de todos vos pela vossa crença. Ando revoltado com o mundo actual, não tenho paciência, e nem vejo graça em nada, estou um critico feroz, as minhas criticas têm sido de uma acidez cortante. Não agüento mais este estado de “UTOPIA” generalizado em que mergulhamos, não estou com “Gamas” de aturar a passividade com que encaramos as coisas, falta à auto estima as pessoas.

Estou melancólico, rancoroso e decepcionado, contudo ainda e sempre apaixonado pela humanidade, talvez esta seja uma fase nostologica de tortura pessoal. Se acaso vos pareço deprimido, desenganem-se, estou muito bem, as minhas emoções estão bem e recomendam-se. Tanta cólera, só pode ter sido provocada por algum acontecimento ou por alguém, perguntãoseão? Nem mais, foi provocada sim! A minha indignação foi provocada por uma reportagem da revista semanal Brasileira de nome Veja que na sua edição de 3 de Outubro destacou a vida do virtuoso comandante Argentino Ernesto Che Guevara.

É preocupante como todos nos sem excepção, acreditamos em tudo que lemos ouvimos. Achar que tudo que é publicado, noticiado, é verdadeiro e que nunca há segundas intenções... “Quem cala, consente” e as conseqüências dessas ingenuidades são serias. Como escreve acima, a tal edição da revista Veja tem como tema central, uma investigação sobre a vida do Ernesto Che Guevara, o revolucionário Argentino\Cubano, tido com uma lenda a mais de 40 anos, um mito para além da morte. Confesso que quando vi a capa da revista entre muitas outras, também elas com capas atrativas (mulheres bonitas, carros e dentre muitas coisas) a opção por Che foi instantânea. Pensei; “maravilha vou saber mais informações sobre este homem, seus idéias, conquistas, pensamentos, e sua motivação”.

As minhas mãos pareciam um propulsor a jacto tal a velocidade para pegar a revista que tanto me interessava, mas ao segurar nela, a tristeza “tomou” conta dos meus olhos ao ler o titulo da reportagem, sobre a fotografia intemporal que eternizou a imagem jovial do homem, e criou a lenda, se o titulo só por si atacava a memória que todos tinham sobre o Che imaginem o desenvolvimento da reportagem. Ninguém é santo, porque todos aqueles que o consideramos santos, se encontram em altares, e depois até se provar o contrario todos são inocentes, essa é uma condição a qual todos os seres humanos têm direito. Não sei em que se basearam os autores dessa reportagem, ignoro as fontes, os dados, as pesquisas, com qual argumentam suas teorias sobre o mítico revolucionário.

Do nada, a reportagem de quatro paginas reduzia as cinzas a imagem que todos têm do “El Comandante” a iniciar a leitura, a indignação e a revolta tomam tonta de mim, “malditos jornalistas... Por quem, se tomam estes canalhas?” a leitura foi uma sessão de tortura, de súbito o Ernesto Che Guevara havia passado de um herói corajoso com idéias humanista, a um bárbaro sanguinário covarde, por outras palavras um sujeito asqueroso, que até se descuidava da sua higiene pessoal. Não vou mais descrever a leitura, pelo simples facto que não quero “induzir” ninguém a nada, até porque não tenho essa capacidade! Melhor é cada um tirar suas próprias ilações. Mas pergunto, que o que justifica esse “ataque” a dignidade de um morto? A busca pela informação valida tudo? Tudo é permitido na ânsia de saciar a curiosidade sobre a vida alheia? Ninguém parece quer entender que onde acaba a minha liberdade, começa do meu semelhante?

Lamentavelmente, muitos acabam por se esquecer disso na fase adulta, e vivem confusos e enganados porque não sabem mais o que é verdadeiro ou mentira.
As editoras apenas estão interessadas em vender, quanto maior for o lucro melhor, porem esta situação não aconteceria se do outro lado da moeda essa situação não fosse permitida, sobretudo desejada pelo os leitores. É a chamada “Era da Informação”, poucos são os profissionais que têm a preocupação de separar o joio do trigo, os efeitos dessa falta de critério de seleção, tem sido e continuara ser nevasta a nossa cultura e sociedade, em especial as crianças, a maior preocupação é com elas, já que os estudos revelam que “ Crianças até 3 anos são de facto ingênuos, acreditam em tudo que vêm!

Cabe aos pais, irmãos, tios, avos, em fim uma força tarefa chamada família a atenção, com tanto lixo e “ruído” sem menor importância, que nos são transmitidos diariamente na televisão, nos rádios, pelas revistas, jornais, pela internet através de blogs, chats, e podcast. A vigilância é necessária porque qualquer idiota pode ouvir, ou ler alguma coisa, sem entender o seu contexto e repassar, sem a preocupação de saber se a informação que ele entende “ser” importante, é ou não credível, para além dos “idiotas” há também os profissionais que deliberadamente mentem. Infelizmente essa também é uma realidade vivida nas escolas, universidades, as “ditas” renomadas instituições não têm mais a preocupação de ensinar, o que lhes importa, é “programar” o nosso celebro, com dogmas, teorias e correntes políticas que mais lhes convém, pura e simplesmente.

“Como a esperança é a ultima que “perece” ainda existem mestres e professores catedráticos que são e têm servido de filtros para nos proteger de” cultura de crenças, religiões oportunistas e espertos pregadores de mentiras. Todos nos precisamos estar atentos em relação a tudo o que ouvimos, lemos e tudo que encontramos pela frente na internet, mas em ultima analise cabe a cada leitor tentar descobrir, que é bom e mau!

“Tenho tanta autoridade quanto o Papa, só não tem muita gente que acredite nisso”.

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