Uma colega de universidade me perguntou: o quê é viver e ser estudante africano no Brasil, como somos tratados na nossa comunidade, e como nos mantemos aqui? A minha resposta foi: Quer mesmo saber! Vou-te explicar com alguns promenores mas jámais sera suficiente sem o conhecimento in-loco da realidade. Somente para ilustrar temos o factor adaptação, a hipocrisia do racismo, a teoria de levar vantagem em tudo e por sermos africanos somos sempre vistos como homens do continente onde ocorrem as maiores atrocidades da humanidade, guerras, fome, corrupção e miseria absuluta. A vida de um estudante africano não é fácil num país como Brasil ou em qualquer outro, a rotina de um estudante é difícil, país novo e cultura diferente, métodos de ensino diferentes, o individualismo, a concorrencia desleal que nós leva muita das vezes a navegar nas águas das saudades da casa, da família e dos amigos. É um corre-corre; tudo cronometrado, casa, faculdade, casa, cozinhar, biblioteca, lavar a roupa, limpa...
Será que o Paigc caminha para se tornar no maior flop da história política Africana? Não se trata de exagero nem tão pouco de menosprezar a sua importância histórico tanto dentro como fora da Guiné Bissau, mas o facto é que 40 anos após liderar uma das mais espetaculares guerras de guerrilha que o mundo já viu, o partido fundado por Cabral e seus pares é tudo menos o queria deveria ser, UM SIMBOLO DE UNIDADE NACIONAL! No início a diferença entre o Paigc e os outros partidos era a vulnerabilidade da juventude perante a um sistema ainda que “velho” era a referência pelo seu passado glorioso, mas bastou as primeiras eleições “livres” para se entender que estava criada um ambiente propicio para sucessivas alterações a ordem democrática da Guiné Bissau. Os 12 anos de luta nas verdes matas da Guiné deram ao Paigc uma resistência extraordinária as adversidades, mas ironicamente o partido não soube criar anticorpos para se proteger de um discurso populista e demagogo, ao invés de re...
O inferno está cheio de criaturas dos mitos pagãos. Dante vê centauros, o minotauro e o cachorro de três cabeças, Cérbero. Michelangelo inclui Caronte, o barqueiro dos rios Estige e Aqueronte que leva as almas dos pecadores para o inferno. Milton vê a medusa e hidras nas profundezas. Ao longe deslumbram-se figuras que em nada se assemelham a humanos, mas a medida que a distância se encurta os detalhes revelam-se nas caras pálidas com marcas de sofrimento estampada nos olhos profundos e vazios que denunciam que por essas caras uma cascata de lágrimas é algo tristemente repetitivo. Perdidos num silêncio feroz, as almas gritam por socorro, mas tristemente ninguém vem em seu auxílio. Agora que o dia se clareou o inferno se revela, (não o de Dante*) mas o de terra de Cabral, demos conta que o fogo das velas é constante como o choro das viúvas. O destino é ermo e brutal, não faz calor mas o ar é seco e sufocante porque o vento se foi com a esperança, o tempo pertence aos esp...
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