quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A moça do vestido preto...


Em nosso duro processo de aprendizado sobre os enigmas do amor e amadurecimento, existe um divisor de águas entre os sonhos alimentados por nos durante a adolescência, e o triste desenrolar do mesmo, a distância e a solidão, são consequência do desencanto entre o corpo e alma. A conheci através do seu irmão, para falar verdade, quando a vi, pensei, melhor não pensei muito, limitei a dar uma olhada no meu retrovisor, “bonitinha” disse para meu botões, a única coisa que realmente os meus olhos gravaram, foi o vestido preto que ela vestia nessa noite de fim de ano. Isso foi a quatros anos. Eu tinha outra vida, nunca mais pensei nela, e muito menos ela em mim, acredito que para ela, naquela noite, eu era apenas mais um rosto entre muitos, longe de ser familiar, mais um amigo desconhecido do seu irmão. Mas o destino faz as suas próprias regras, ao contrário dos humanos. Foi assim que ela entrou na minha vida, através do seu irmão, voltaria a entrar nela desta feita através de um amigo e irmão, não tenho palavras para descrever a pessoa em causa, mais uma partida do destino ela aparecer através dele. O grande Arnaldo Jabor disse que, “Ninguém ama outra pessoa pelas suas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos simpáticos e não os fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta”

Se não se ama por todas estas qualidades, nos amamos porque então? Mesmo sabendo que o “amor não é chegado a fazer contas, e que sempre recusou a obedecer à razão” os seres humanos amam quando a química impera, quando os olhos brilham com intensidade ao verem quem a pessoa amada. Não sei como definir o que vivemos durante os últimos meses, mas desconfio que tu sim, vais rebater todas as minhas palavras, odeio quando fazes isso, quando ages e falas com uma pessoa insensível. Poderias ser menos complicada, mas isso faria com que perdesse o encanto, Não... Em mim não existe masoquismo, não senhora. “Quem se julga este pretensioso?” julgastes um santo não Malam? E todas aquelas tuas promessas que não cumpristes? E o meu vestido, e as visitas... Como ousas criticar-me? Espera minha querida, não se apresse a julgar-me, o teu vestido esta comigo, sim anjo, esta mesmo, embora não acreditas “ela” esta comigo. “ Sim, Sei Malam”. Se o amor fosse uma matemática, não seria o que ela representa, os humanos amam-se justamente pelo que o amor tem de indefinível Naquele dia em que voaste para longe de mim, disseste que irias pensar, em tudo que eu te pedi, ilusão minha, afinal és uma mulher moderna não têm medo de nada nem de ninguém, olhas a vida de frente, falas o que pensas e o que sentes, doa a quem doer... Se pensas que vou assumir os meus defeitos, desengana-te, até porque não tenho que o fazer, na tua cabeça, existe todo um departamento sobre tudo que o Malam tem de mau.

Deves estar a perguntar-te porque eu estou a gastar o meu precioso tempo lendo este tipo, primeiro, este idiota te ama, depois, segundo porque a idiotice é vital para a felicidade, terceiro, precisas de entender que é preciso rir dos nossos defeito, quarto, quem disse que temos que ter soluções e sensatez para tudo? O facto de eu te amar, não diz tudo? Ah não? Pois deveria! Deixa-me dizer que a demonstração de amor requer mais que beijos, sexo e palavras, sentir-se amada (o) é sentir que a pessoa tem interesse real na nossa vida, sentir que essa pessoa zela pela nossa felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão acontecendo do nosso jeito, que nos ouve ignorando o resto do mundo, ser amado(a) é ver que a outra presta atenção em pequenos detalhes do nosso dia-a-dia. Entende uma coisa minha querida, alguém disse que a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso cante, chore, dance e viva antes que a cortina feche! Tens medo da distancia, isso eu compreendo, porque o “maldito” que intentou a distancia, merece no mínimo ser “fuzilado” porque se ele soubesse o quanto isso dói, não o teria inventado, sei que o tempo vai passar, e muitas coisas vão passando, quem sabe se eu não te esqueço, quem garante a minha cabeça de vento que para ti eu sou apenas uma linda amizade? Mas a ti tudo é permitido, tudo mesmo, até os teus defeitos, porque os teus olhos são vitrais, que mudam de cor com céu, mas quem muda de cor são os meus olhos a cada olhar teu quem me dera que teus olhos vissem o amor que te tenho. O dia amanhece cinzento, a alegria e tristeza misturam-se num esboço imenso, ao mesmo tempo em que a minha alma se afoga na solidão.


De longe te falo, na ânsia de te ter aqui. Sei que é coisa minha, mas, existe uma parte de mim que recusa a idéia que partiste, pois “tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo...”. Queria, puder falar-te dos sonhos, dos desejos, da tarde que vai entardecendo, sem com isso me acalmar, queria puder fechar os olhos, viajar no tempo para dançar com elegância contigo, sim meu amor vamos dançar por um instante... porque o paraíso pode esperar, uma vez que estamos juntos. “Quando amamos de verdade, desistimos de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é...Plenitude. “Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.”
Tudo isso é... Saber viver!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei… foi um post muito sentido e sincero… faz pensar no amor, com alguma tristeza, mas também com muitaaaa alegria. O que a distância é capaz de fazer, mas acho que o amor e a cumplicidade conseguem diminuir essa distância. Temos que saber viver, amar e ser amado, dar e receber e aproveitar as coisas boas deste mundo.
Ho moça do vestido preto...