Porque hoje é 24


A vida do homem identifica-se com a vida do estado, que não é uma realidade material.
Um líder sábio, muito a frente do seu tempo e espaço, um povo unido em torno de um ideal, um sonho comandou a busca de uma nação. Apos 12 anos de luta armada pelo o direito a liberdade, como nação, povo, em suma uma sociedade de indivíduos com direito a escolher, a expressar, mas, sobretudo a decidir de acordo com a sua consciência o seu destino e sorte, os guineenses finalmente conquistaram esse objectivo, quando na verdade nem deveriam ter que lutar para garantir um direito garantido a nascença. Nascia um novo país, verde, virgem, um país repleto de energia e onde a esperança protava da terra, as perspectivas do sucesso eram as maiores, quem observasse a Guiné Bissau, apôs a luta pela independência, teria razões de sobra para perspectivar a sua viabilidade como nação independente e soberana. Eram, tempos destinados a sonhos e esperanças, um país que tinha toda as características e indícios para dar certo, mas que infelizmente falhou redonda e tristemente. O que falhou, porque falhou, e mais importante quem foram os “arquitectos” desses sucessivos falhanço?

38 anos é uma eternidade de tempo para se perder entre quizilas, armações, acusações, incompetência, rancores, recuos e ódio, a vida passa depressa demais infelizmente, portanto sem espaço para atritos infantis e descabidas de inteligência. Não se pode esquecer que tínhamos um propositivo. A união dos guineenses se deve em grande parte a nossa consistência e credibilidade demonstrada no passado, a orientação entre e por dentre irmãos e amigos, de uma forma generosa e perspicaz em busca de algo superior a todos e tudo: UM PAÍS COMPREMETIDO COM A PROSPERIDADE DE TODOS OS CIDADÃOS. Porque desde cedo as nossas convicções e projectos grandiosos, que apesar de tudo ainda hoje fazem sentido na construção de uma sociedade múltipla, coesa e tolerante ao serviço dos guineenses e não ao individualismo e egoísmo, é por isso que nunca devemos esquecer os ideais e a história por detrás da fundação do nosso estimado e amado país.

Cabral e os seus pares tinham idéias avançadas a respeito da forma como organizar e governar a sociedade guineense, ainda que pelas forças de circunstancias eles não estejam mais conosco no plano físico, a sua luta e convicções não podem ou devem ser esquecidas ou enquadradas como meros pensamentos temporais, mesmo que nem todas ou a maioria das idéias não tenham sido concretizadas, em especial aquelas que diziam respeito à melhoria de distribuição de renda, saúde e educação de forma igualitária, direitos a que uma sociedade como um todo deve usufruir. Ainda que o triunfo tenha proporcionado caminhos fáceis e obscuros para uns, nunca podemos esquecer-nos da nossa condição de guineenses, virtuosos e únicos desda nossa concepção, em suma “UMA FLOR EXÓTICA NA AFRICA” sem menosprezar outros países africanos tão dignos desse titulo. Hoje se pede uma atenção e uma nova leitura sobre os passos dados desde conquista da liberdade até ao presente dia, de modo a entender quem somos e de onde saímos, e o que representamos, de outra forma não se pode progredir rumo ao país modelos que fomos destinados a ser.

A história da Guiné Bissau como a de qualquer país, necessita de ser reescrita de vez em quando, a fim de receber as novas interpretações dos historiadores, de acordo com os documentos revelados pelos arquivos, públicos e particulares, que em muitos pontos alteram factos até então oferecidos como rigorosamente verdadeiros, e que, desta forma são geralmente aceitos e repetidos pelos historiógrafos. Alem disso, as mutações nelas ultimamente ocorridas, em quase quatro décadas da “nova” Republica da Guiné Bissau, necessita de ser apresentado, de modo que se tenha com exatidão uma idéia sobre um conjunto de acontecimentos mais recentes, com intuito de apreciar com espírito compreensivo e critico a real situação social e econômica deste pequeno país da costa ocidental africana.

Parabéns a todos os irmãos e irmãs, 38 anos é uma bela idade...

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