ANGOLA EM ÁGUAS AGITADAS!


A MUDANÇA, OU A INEVITABILIDADE DA CONTINUAÇÃO?


Porque acho o presidente dos Santos diferente, dos seus pares africanos?
Para mal dos pecados dos seus desafectos, o homem tem postura exigida a um líder, não é, e nunca vai ser perfeito, porque isso seria a mutação da essência humana, (não nascemos para sermos perfeitos, podemos até evoluir, mas chagar a estado de perfeição, isso nunca) as inúmeras denúncias (sobre corrupção, abusos de direitos humanos, violações da liberdade de imprensa e exclusão sócio-económica em Angola) contra ele e seu partido, são frequentes, é assim há anos, quando se está no poder há 32 anos, outra coisa não é de se esperar, não há seguro contra a vitalidade e validade, todos vivemos um ciclo, depois do apogeu vem a queda, e consequentemente o fim! Mas tanto ele, como o seu partido, querem escapar a essa inevitabilidade, a situação é complexa, porque, entre os que realçam a sua faceta de pacificador do país e unificador do partido, de bom diplomata, de ser um líder incontornável na África Austral, capaz de colocar angola no mapa das nações, há também aqueles que, por outro lado, dizem que esses atributos de Eduardo dos Santos se fazem ao preço do autoritarismo e da personalização do poder, da corrupção e da lei do silêncio dentro do MPLA, do controlo da UNITA e do resto da oposição e da colocação do Estado ao serviço dos interesses de uma pequena elite. 

Alguns activistas, como por exemplo Rafael Marques, consideram que "José Eduardo dos Santos é hoje o problema principal de Angola" (Público 25 Setembro 2011). Mudar o status quo da situação política angolana, não é fácil, (para dizer ser sincero, não é apenas uma vivência da angola apenas, basta observar com atenção o globo) imaginemos que por um instante a vitória da Unita nas eleições, alguém pode dizer com exactidão o desenrolar desse acontecimento? A Unita tem experiência e condições para levar o país para a frente? Acontecer isso, que hipóteses existem dessa mudança dar certo?  Concordo que a substituição pacífica de José Eduardo dos Santos seria certamente um bom começo para a vida política daquele país, mas neste instante, a pergunta não é quando, mas sim, como faze-lo, sem que haja um retrocesso para o país? Basta relembrar, o que a saída do poder do PAIGC, provocou na Guiné Bissau,(salvas as devidas comparações) não dá para de uma vez ou de noite para o dia mudar todo um sistema instalado no poder por décadas, mesmo exigindo (que é seu por direito, ou seja reivindicarem eleições "livres, justas, pacíficas e democráticas" e o direito de acesso igual à riqueza e à justiça.) mesmo tendo em conta toda essa revolta, só há uma forma para a população acabar com o seu descontentamento, face às mentiras e à falta de alternativas políticas, sociais e económicas, é uma demonstração de amadurecimento, social e politico, se não correm o risco de ver as suas pretensões ser adiadas ad eternum. A angola, não tem muitas saídas. 

Além disso, ela é uma referência no mundo lusófono, porque uma angola estável e democrática teria reflexos muito positivos, angola é muito importante o que ali for feito de bom, ou de mau, será sempre relevante. Por isso, é perfeitamente normal que angola influencie os outros Estados e que as pessoas acompanhem de perto o que ali está a acontecer, tendo em conta a realidade social, económica, política, ideológica e cultural que angola vive. Pessoas, têm ido às ruas para protestar contra a recandidatura do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que está há 32 anos no poder, são cada vez mais os políticos e os membros da sociedade civil que consideram não estarem reunidas as condições políticas e materiais para que os angolanos possam ir às urnas, vários activistas angolanos defendem o adiamento das eleições de 31 de Agosto. Recentemente, a coligação liderada por Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA, anunciou em Luanda que está a avaliar uma impugnação à lista do MPLA!


Continua...

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