PASSADO PERFEITO, À PRESENTE IMPERFEITO II !

 GERAÇÃO RASCA!


Ainda que possa parecer irónico ou uma piada de muito mal gosto, alguns líderes africanos deram ao mundo exemplo de democracia. No último post, falei de Mandela e Cabral, mas podia ter falado de Kwame Nkrumah, Leopold Senghor, Samora Machel, Agostinho Neto, Julius Nyerere, ou de Patrice Lumumba de entre muitos outros, porque a influência de qualquer um destes homens ultrapassou as fronteiras da áfrica. Cada um deles, a sua imagem, estratégia política ou magnetismo pessoal, exerceram um efeito transformador em qualquer um de nós de uma forma extraordinária, décadas pôs seu desaparecimento físico, continuam presentes, nos livros, discursos e sobretudo em pensamento, os valores pelos quais lutaram, e incutiram aos seus semelhantes, visavam, a liberdade, colectivismo, alteram o curso da história contemporânea africana. Estes homens foram os precursores do pensamento modernista africano, criaram um padrão, que se entendia que era “fácil” de seguir, porem as gerações vindouras a eles, reformularam o estilo de liderança e o pensamento vanguardista, como consequência dessa mudança, a áfrica conheceu uma nova realidade, a qual não estava preparada, essa nova formula de pensar e liderar a áfrica, provocou uma nova ebulição africana, que pode ser ilustrada, com décadas de crises de valores muito profunda, uma geração de lideres sem escrúpulos, predadores dos recursos disponíveis, sem respeito pelo bem comum e pela salvaguarda da natureza, sem sentido de responsabilidade perante as gerações futuras.

A África entrou no século XXI, com ideias do liberalismo e do mercado livre, que aliadas as promessas de uma nova democracia representativa, já que pelo o continente, generalizavam-se os regimes de multipartidarismo e emergiam novos líderes africanos, um novo discurso político marcava a vida política de muitos países, estes novos cenários, pareciam que iram finalmente fazer o continente florescer, com tudo, o falhanço foi total e completo, porque o continente africano continua na cauda do pelotão do desenvolvimento, a ascensão económica e social de uma dezenas de países, não pode disfarçar essa paisagem. Contínua um continente onde existem crianças desnutridas, uma esperança de vida média, um índice de analfabetismo elevado, onde dezenas de milhões têm necessidade de estradas, saneamento básico, escolas e centros de saúde. Enquanto os líderes do passado, assumiram a causa do colectivismo, os líderes deste novo milénio, agem sem regras, sem ética e sem sentido do bem comum, impelidos por egoísmo pessoal e de grupo. “Os líderes políticos africanos dão hoje uma triste imagem de si, apegados ao poder político que defendem com golpes de armas e de leis feitas para manterem os seus privilégios. Os interesses dos seus povos, o progresso económico e cultural das nações, as condições de vida e saúde dos cidadãos, os direitos humanos fundamentais, a paz e a harmonia entre as comunidades étnicas, o futuro do continente, tudo fica para trás, hipotecado a uma geração de líderes que detém o poder pela baioneta e o usa para explorar em benefício próprio os recursos naturais do continente.” 

"Até agora, a geração dos nossos avós, dos nossos pais, e consequentemente a nossa geração, incluindo, falharam em encontrar uma estratégia ou coragem de combater o problema", "Esta falta de visão colectiva a longo prazo e de liderança é indesculpável". Em Hindbwaraj (Autonomia para Índia), o livro mais importante de GHANDHIE e provavelmente o mais citado na actualidade, ELE, escreveu; Eliminem a pobreza crónica e o analfabetismo, e terão o espécime refinado do que deve ser um cidadão livre, instruído e culto [...] observar a moralidade é a atingir o domínio das nossas mentes e das nossas paixões! Agindo desse modo áfrica, se conhecera a si próprio! Se está profecia estiver certa, então os africanos, nada têm a temer ou apreender com quem quer que seja.





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