PASSADO PERFEITO, À PRESENTE IMPERFEITO!
UM PASSEIO PELO PASSADO, COMO A FORMA DE REINVENTAR O PRESENTE...
Hoje, um simples e justa análise ao impacto de certos timoneiros ou estadistas que eu considero dos mais importantes que a áfrica já conheceu, durante ou pôs século XX.
Amílcar Cabral e Nelson Mandela. Tanto um como outro, são figuras e referências incontornáveis! Pauta ser necessário revisitar o pensamento inspirador de Amílcar Cabral, e as lições de vida, amor e coragem de Nelson Mandela.
"Sou um simples africano"
Considerado o "pai" das nacionalidades Guineense e Cabo-Verdiana, Amílcar Cabral, foi um dos mais carismáticos líderes africanos cuja acção não se limitou ao plano político, "Amílcar Cabral nasceu guineense e cabo-verdiano, numa generosidade pan-africana que, paradoxalmente, haveria de ser a sua desgraça. Foi uma das figuras mais interessantes do século XX, uma espécie de melhorada (muito melhora) de Che Guerra africano. O facto de o seu nome e de a sua obra dizerem hoje tão pouco às novas gerações de intelectuais africanos, e de ser praticamente desconhecido fora do continente, afigura-se uma enorme injustiça." Amílcar Cabral assume uma figura de destaque no continente Africano, como um dos líderes mais influentes, e sensatos. Um ser humano é sempre produto de um tempo e da história do tempo em que viveu. Mas também pode ser protagonista desse mesmo tempo e dessa mesma história. Sendo certo que um homem só nunca fez a história e ser até perigoso atribuir o sucesso de uma revolução a acção particular de um indivíduo, permitir-me-á enfatizar a centralidade da figura de Amílcar Cabral não só no quadro do seu partido e dos movimentos de libertação da Guiné e Cabo Verde, mas também de outros movimentos de libertação das colónias portuguesas de África. Foi ele quem conferiu clarividência, consistência e significado ao processo revolucionário da Guiné e Cabo Verde. Pode resumir-se a vida de Cabral à sua frase "Sou um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo e viver a sua época... “Se eu morrer amanha, nada mudará na evolução inelutável da luta do meu povo e de sua vitoria... Pois teremos dezenas, centenas de Cabrais no nosso povo. “A nossa nação encontrará um militante para tomar o testemunho”.
UM HOMEM COMPLEXO!
A poucos homens de nosso tempo o termo "herói" não soa como um apêndice presunçoso. Certamente Nelson Mandela é um deles. Ao libertar um país de um sistema de violência e preconceito, unindo, com coragem e rara perspicácia, opressores e oprimidos sob um genuíno projecto de nação, Mandela (Madiba, como é calorosamente chamado por mais próximos) modificou uma história de dor, luto e ódios seculares na África do Sul.O último herói...
Desejamos ter heróis, mas existem muito poucos. Nelson Mandela talvez seja o último herói puro do planeta. É o símbolo sorridente do sacrifício e da integridade, reverenciado por milhões como um santo vivo. Mas essa imagem é unidimensional. Ele seria o primeiro a lhes dizer que está longe de ser um santo - e isso não é falsa modéstia. " Não há ninguém que eu admire mais do que Nelson Mandela, ele é inteligente e tocante... Eu fui inspirado novamente e sei que outros também o serão, tive o privilégio de o conhecer" - BILL CLINTON.
Ele irá convencê-lo por meios da lógica e do argumento ou por meio de charme - geralmente uma combinação de ambos. Ele sempre irá convencê-lo a fazer algo, em lugar de ordená-lo. Ele necessita que gostem dele. Gosta de ser admirado. Odeia desapontar. Quer que, depois de encontrá-lo você vá embora pensando que ele é tudo o que sempre imaginou. Um episódio revela quem é este líder," Certa vez, seu filho mais velho perguntou-lhe porque ele nunca podia passar a noite em casa? Ao que ele respondeu que havia milhões de outras crianças sul-africana que precisavam dele também! É uma coisa terrível para dizer ao próprio filho, em muitos aspectos, esse sacrifício foi a maior dor que ele conheceu.
"A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." - "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias."
“Voz do
sangue”
Palpita-me os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro de África
negros de todo o mundo
eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo
Eu vos sinto negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor meus irmãos.
(A renúncia impossível)
Palpita-me os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro de África
negros de todo o mundo
eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo
Eu vos sinto negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor meus irmãos.
(A renúncia impossível)
Agostinho Neto
(
contínua )
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