FAREWELL MADIBA
A poucos homens do nosso tempo o termo “herói” não soa como um apêndice presunçoso.
Ninguém esta qualificado para te
substituir "Tata" (pai), você é uma excepção a parte, por isso a
imagem de você débil e desorientado não combina com o líder que você foi
enquanto esteve no pleno controlo das suas faculdades. O ciclo da vida é assim,
o fim, esta próximo, por mais difícil e doloroso que seja, temos que te deixar
“partir” com dignidade, soubeste ensinar-nos como sermos obstinados e rebeldes,
mas sempre com respeito ao que a humanidade tem de mais precioso, a Vida! Todas
as nossas escolhas têm suas consequências, a tua bendita obsessão pela
liberdade e igualdade entre homens e mulheres, teve como resultado a privação
da tua preciosa liberdade física, fostes um símbolo de esperança contra a
segregação e o insano ódio racial para milhões, a tua presença nesta terra foi
um presente de Deus, incorporaste ideais e princípios que precisamos ter
presente de forma acreditar que um futuro sem a ideologia do racismo é
possível, esse é o teu legado, e não o nome Mandela, o Nelson, o homem, o
líder, ensinou ao mundo que sem uma consciência crítica, indignação e
capacidade para lutar contra a opressão e medo, o mundo não muda, depois da tua
partida, nada mais será o mesmo, primeiro porque nós falta a imaginação para
pensar o futuro sem “cairmos” em uma utopia, depois porque na África existe um
“conceito conhecido como ubuntu – o sentimento profundo de que somos humanos
somente por intermédio da humanidade dos outros; se vamos realizar qualquer
coisa neste mundo, ela será devida em igual medida ao trabalho e às realizações
dos outros”.
Posso estar a cometer o maior dos
pecados, ao me despedir de ti publicamente, mas você nos inspirou coragem, a
mesma com que agora eu falo que não deveras ficar entre nós por muito mais
tempo, é inútil negar o inevitável, o coração sangra, mas devemos estar
preparados para sua “viajem final”, no longínquo ano de 64 em uma declaração no
julgamento no Supremo Tribunal de Rivonia, o próprio Mandela afirmou que estava
“preparado para morrer”, ainda que as circunstancias fossem diferentes daquela
que vivermos agora, se ele pode-se escolher, escolheria conscientemente pelo
seu repouso eterno, por sinal bem merecido, é de uma crueldade indescritível e
abominável,
Prolongar o seu sofrimento perante
câmaras de TV, exibindo-o, como se de um troféu se trata-se. Devemos ao Nelson
uma recordação forte e bonita pela suas lições de vida, amor e coragem, o nosso
tempo neste “plano” tem hora e data marcada, “a morte, pode ser daqui um dia ou
40 ano, mas ela chega “ (Ayrton Senna), sem ser sua família, o mundo não
voltara a ver Madiba vivo, lembrando uma citação do livro de Richard Stengel,
OS CAMINHOS DE MANDELA, “Nessa hora, não pude deixar em Eddie Daniels, o
prisioneiro de 1,60 metro da Ilha Robben que disse que, quando estava realmente
melancólico, se pudesse apenas ver Mandela, tocá-lo, abraçá-lo, era o
suficiente para consola-lo, revivê-lo, fazer com que quisesse viver novamente”,
Nelson Mandela, pela sua trajectória, é a nossa imortalidade, Madiba, vai ficar
bem, esta indo para casa, paz a sua alma!
Um bom filho é o reflexo e continuação
do carácter do seu pai, tal como um grande líder representa a grandeza do seu
povo. Malam Gomes Sambú
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