terça-feira, 11 de junho de 2013

FAREWELL MADIBA


A poucos homens do nosso tempo o termo “herói” não soa como um apêndice presunçoso. 


Ninguém esta qualificado para te substituir "Tata" (pai), você é uma excepção a parte, por isso a imagem de você débil e desorientado não combina com o líder que você foi enquanto esteve no pleno controlo das suas faculdades. O ciclo da vida é assim, o fim, esta próximo, por mais difícil e doloroso que seja, temos que te deixar “partir” com dignidade, soubeste ensinar-nos como sermos obstinados e rebeldes, mas sempre com respeito ao que a humanidade tem de mais precioso, a Vida! Todas as nossas escolhas têm suas consequências, a tua bendita obsessão pela liberdade e igualdade entre homens e mulheres, teve como resultado a privação da tua preciosa liberdade física, fostes um símbolo de esperança contra a segregação e o insano ódio racial para milhões, a tua presença nesta terra foi um presente de Deus, incorporaste ideais e princípios que precisamos ter presente de forma acreditar que um futuro sem a ideologia do racismo é possível, esse é o teu legado, e não o nome Mandela, o Nelson, o homem, o líder, ensinou ao mundo que sem uma consciência crítica, indignação e capacidade para lutar contra a opressão e medo, o mundo não muda, depois da tua partida, nada mais será o mesmo, primeiro porque nós falta a imaginação para pensar o futuro sem “cairmos” em uma utopia, depois porque na África existe um “conceito conhecido como ubuntu – o sentimento profundo de que somos humanos somente por intermédio da humanidade dos outros; se vamos realizar qualquer coisa neste mundo, ela será devida em igual medida ao trabalho e às realizações dos outros”.



Posso estar a cometer o maior dos pecados, ao me despedir de ti publicamente, mas você nos inspirou coragem, a mesma com que agora eu falo que não deveras ficar entre nós por muito mais tempo, é inútil negar o inevitável, o coração sangra, mas devemos estar preparados para sua “viajem final”, no longínquo ano de 64 em uma declaração no julgamento no Supremo Tribunal de Rivonia, o próprio Mandela afirmou que estava “preparado para morrer”, ainda que as circunstancias fossem diferentes daquela que vivermos agora, se ele pode-se escolher, escolheria conscientemente pelo seu repouso eterno, por sinal bem merecido, é de uma crueldade indescritível e abominável,

Prolongar o seu sofrimento perante câmaras de TV, exibindo-o, como se de um troféu se trata-se. Devemos ao Nelson uma recordação forte e bonita pela suas lições de vida, amor e coragem, o nosso tempo neste “plano” tem hora e data marcada, “a morte, pode ser daqui um dia ou 40 ano, mas ela chega “ (Ayrton Senna), sem ser sua família, o mundo não voltara a ver Madiba vivo, lembrando uma citação do livro de Richard Stengel, OS CAMINHOS DE MANDELA, “Nessa hora, não pude deixar em Eddie Daniels, o prisioneiro de 1,60 metro da Ilha Robben que disse que, quando estava realmente melancólico, se pudesse apenas ver Mandela, tocá-lo, abraçá-lo, era o suficiente para consola-lo, revivê-lo, fazer com que quisesse viver novamente”, Nelson Mandela, pela sua trajectória, é a nossa imortalidade, Madiba, vai ficar bem, esta indo para casa, paz a sua alma!

Um bom filho é o reflexo e continuação do carácter do seu pai, tal como um grande líder representa a grandeza do seu povo. Malam Gomes Sambú

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